“Estas terras são minhas. Um dia, ainda vais ficar com elas e fazer uma grande quinta” prenunciava com sabedoria ancestral o tio-avô do fundador da nossa casa – o Engenheiro Hernâni Verdelho – contemplando do alto da poeirenta estrada Nacional 222 a vastidão serena e soalheira da Quinta do Carrenho.
Há cerca de 30 anos Hernâni Verdelho iniciou um projeto de reconversão e beneficiação do seu património vitícola de vinhas velhas, seguida de plantação de vinhas novas, a maior parte das quais localizadas na Quinta do Carrenho, que se encontram implantadas em terrenos de encosta de média altitude, xistosos, abrigados e com excelente exposição solar.
Seguindo uma velha tradição familiar, e após uma vida intensa de trabalho passada em vários pontos do Mundo o Engenheiro Hernâni Verdelho decidiu radicar-se no Douro, em Freixo de Numão, terra dos seus antepassados.
Concretizava-se assim um velho sonho, oriundo dos seus tempos de juventude, na altura da plantação de vinhas feitas por seu pai e seu avô, ou quando nas adegas do seu tio-avô, participava na produção de vinho, pisando as uvas em lagares de granito e acompanhando todo o processo de fermentação e estágio dos vinhos, feito dentro de grandes cubas de madeira de macacaúba.
Este projeto foi supervisionado por agrónomos de reconhecida competência, e obedeceu a criteriosa metodologia, baseada no estado-da-arte atual. Todo este trabalho tornou possível a existência de um complexo vitícola com cerca de 15 hectares, com excelentes caraterísticas para a produção de vinhos, implantado num terroir específico e sui generis, onde cerca de metade são vinhas com mais de meio século.
A adega, semienterrada, virada a norte e isolada termicamente, garante as condições ideais para o estágio dos vinhos. Já a Garrafeira, localizada junto à parede enterrada, assegura as melhores condições de temperatura e humidade para o estágio de vinhos em garrafa. O laboratório, devidamente equipado, está contíguo ao edifício da adega.
A cerca de trinta metros e a uma cota ligeiramente superior, situa-se uma enoteca, dispondo de uma sala de provas e de uma sala de formação para a receção de grupos e para a realização de encontros e cursos de enologia.
Os vinhos Dona Berta nascem a partir das melhores castas e clones, genuinamente portugueses e rigorosamente selecionados. Foram selecionadas as melhores castas (Tinta Roriz, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Sousão, Tinto Cão, Rabigato, Verdelho). Dispomos atualmente de um parque vitícola diversificado em que as videiras mais antigas têm cerca de 35 anos e as mais novas cerca de 15 anos.
Para além das vinhas reconvertidas, mantivemos 2 ha de vinhas centenárias, pré-filoxéricas com castas da época, algumas das quais inclusivamente já não constam do registo atual de castas do IVDP. São castas como o Casculho, o Cornifesto, a Tinta Raiz a Silveirinha, o Donzelinho, e o Folgazão.
Todo o processo de vinificação é implementado por uma equipa de técnicos competentes e superiormente conduzida por um enólogo de reconhecida competência. Todas as fases do processo, nomeadamente a avaliação do estado de maturação das uvas, a vindima, o transporte das uvas, o esmagamento, a maceração e fermentação, o estágio em reservatórios inox ou em barricas, a estabilização e engarrafamento, são rigorosamente controladas por análises laboratoriais e sensoriais.
O resultado é um vinho de rara elegância, profundamente sedutor e com inigualável tradição. Uma tradição refletida na marca Dona Berta, nome por que toda a gente desta zona tratava a mãe do fundador.
Hoje o espírito do fundador perdura, num projeto que continua (agora nas mãos dos seus Herdeiros), na paixão arrebatadora que estas paisagens, estas terras e estes vinhos despertam, uma paixão que os convidamos a provar.
Bem Hajam!